Levando em consideração a ética jornalística, qualquer segmento da comunicação, ou seja, o Jornalismo como um todo, deve aderir não só a imparcialidade, mas também ao trabalho a favor apenas do direito que a sociedade tem à informação. Qualquer parcialidade visando um benefício próprio ou até mesmo a defesa de algum princípio pessoal, pode ser visto como falta de ética, pois desvia o jornalista do seu curso que deve ser apenas informar e fazê-lo com consciência. Se um jornalista que cobre as eleições, por exemplo, não deve mostrar se é a favor do partido A ou B, na cobertura de esportes não pode ser diferente.
Segundo o jornalista esportivo Renato Peters, repórter da Rede Globo, o profissional deve separar a paixão do profissionalismo, e o papel de torcedor apaixonado “acaba” quando começa o de jornalista profissional. “Tenho meu time de futebol e outros jornalistas também. Só que eu não posso ter paixão por um clube na hora em que vou escrever ou fazer uma reportagem. Ou seja, não posso cobrir o time para o qual torço de maneira apaixonada. Tem que ter isenção”, diz Peters. No tocante às consequências de assumir a preferência, ele ainda diz que vivemos em um momento difícil com algumas torcidas organizadas e que o fato do comunicador divulgar o time pelo qual torce não é aceito pelos torcedores, fazendo o jornalista “refém” de tais grupos, que não perdoam na hora de fazerem comentários maldosos a respeito do repórter. “O jornalista é um profissional. Ele não pode fazer essa divulgação até para que as pessoas não pensem mal dele”.
O certo é evitar comentários que insinuem o favoritismo do repórter. Uma vez que transparecido o respeito, a ética e a neutralidade do jornalista esportivo, o profissional passa a ter a tal credibilidade que é tão sonhada por cada um que escolhe esse segmento tão importante e recreativo para a sociedade.


