sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Sobre o Amor...
Primeiramente devemos separar bem amor, paixão e amizade. Dizem que amor é para sempre, mas já que, o 'pra sempre' sempre acaba, acredito que seja no mínimo muito duradouro...
Amizade, é SÓ amizade, e mais nada. Se diz que é amigo, mas fica dizendo coisas românticas, é porque já não quer mais só amizade.
Paixão é aquela loucura que voce não sabe de onde vem. Quando chega, enlouquece. Não precisa ter motivos para se apaixonar. Acredite, paixão se sente por quem menos se espera e na maioria das vezes sem motivo.
Quando se tem qualquer um desses sentimentos, a pessoa fica sujeita a sofrimentos. Ela é amiga e quer ter a amizade de volta. Ela ama e quer ser amada. Ela é apaixonada e quer matar seu desejo. Quando isso não acontece, o mundo desaba. E pode acreditar, dói mais do que ferida externa. E, com seu sofrimento, ela fica vulnerável, e sua vontade é ter alguém para mimá-la e fazer melhorar sua ferida. Só que, ninguém se importa com seu sofrimento. E que bom que é assim! Já pensou se o mundo fosse parar de dar voltas para curar cada coração apaixonado? O mundo iria viver parado! A vítima do amor e da paixão, precisa querer sair da sua tristeza, senão, ninguém pode ajudá-la. É difícil, pois, quando sonhava, tudo parecia tão real! As conversas, as demonstrações de carinho, as mensagens no celular, as investidas no messenger... tudo isso insiste em não sair da memoria! Se tiver feito tudo certo, é ainda pior... a vítima vai ficar horas, dias, semanas... pensando, tentando descobrir a reposta daquela famosa perguntinha: "Onde foi que eu errei?" Não, voce não errou... voce só se apaixonou pela pessoa errada, e isso acontece!
Feridas, mágoas, um pouquinho de tristeza... irão existir? Claro! Mas levanta. Ergue a cabeça. Sacode a poeira. Se for homem, coloca uma roupa descolada, penteie o cabelo exatamente daquele jeito que faz mais sucesso com as mulheres e saia com os amigos! Se for mulher, põe aquela calça jeans justinha que que fica bem no seu corpo, aquela blusa MA RA VI LHO SA que voce acabou de comprar, aquele scarpin vermelho que voce adora, e é claro: capriche na make-up! Levante a auto estima e acorda pra vida, amiga!
Amor... ah, o amor. Cuide-se, que um dia ele volta... ele sempre volta!
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Catira
É uma manifestação cultural que envolve música, dança, insatisfação em relação à política e ao trabalho, romance e lazer, tudo isso reunido em apresentações com muita criatividade.
Caracteriza-se por grupos que reúnem homens e mulheres (ou homens, apenas), dispostos alternadamente em fileiras com quantidades iguais de um lado e de outro, podendo esse estilo variar, de região para região. A música é feita por violeiros. O catireiro geralmente vestia-se com um estilo sertanejo (camisas, botas, chapéus). As letras das músicas envolviam principalmente romance e insatisfação social.
Os catireiros geralmente tinham um baixo grau de escolaridade. Contudo, com o costume e o repassar da tradição de pai para filho, eles conseguiram, com seus próprios estilos de composição, desenvolver canções inteligentes.
As primeiras manifestações catireiras apareceram no Brasil a partir do século XIX. Sua origem é incerta, mas acredita-se que seja oriunda de europeus, particularmente portugueses, com costumizações e agregações de fragmentos de culturas indígenas e africanas.
Aos 80 anos, José Calisto da Silva (nome popular Beca), ex-catireiro da cidade de Patrocínio, lembra com saudade da época em que se reunia com os amigos para dançar. Seu grupo se chamava Cezarinho, e se reunia com outros dois grupos (Antônio Bombacho e Acácio Roque) e faziam duelos de Catira entre si. “Nasci no ano de 1930, e cresci vendo a tradição Catireira. Dancei só até a juventude, pois a tradição já estava começando a morrer. A Catira está acabando por causa dos novos ritmos que vão surgindo, as crianças e os jovens não querem saber do que é cultural e tradicional. Eles querem cada vez mais, o novo. Novas gerações, novos estilos.” Ele conta ainda que as músicas eram relacionadas aos namoros dos catireiros, aos fatos da época, ligados a política e religião. “Nosso grupo era formado por pessoas mais velhas, todos bóias-frias e pobres. Eu era um dos poucos jovens. A gente não tinha dinheiro para comprar roupas bonitas para dançar, então dançávamos com roupas comuns. Na maioria das vezes, a dança saía sem graça, porque não tínhamos botas que faziam barulho, para fazer aquela batida bonita que tem a dança. Dançávamos descalços, e tinha que ser no cimento, para sair algum som. No lugar do barulho das botas, colocávamos o barulho do chocalho, que era para o som não perder a beleza.” Segundo Beca, mesmo a tradição estando quase esquecida, em uma festa chamada Festa do Carro de Boi, a dupla chamada Lourenço e Lourival, relembra canções e danças catireiras, para mostrar aos jovens o quão divertido era o costume.
No início do período Vargas, a Catira era tradição mais rural que urbana, mesmo assim, era praticada por pessoas que migraram para as cidades em busca de melhores oportunidades. A maioria dos catireiros eram lavradores, serradores e meeiros. Mas havia também aqueles que eram donos de grandes fazendas e que aderiram a cultura, até mesmo por uma questão de lazer. No tocante a cultura, todos podiam ser qualificados como caipiras.
Um exemplo explícito de desgosto por parte deles, se tratando de política, é uma moda chamada Não Voto Mais, feita por Manezinho, um dos mais conhecidos de Uberaba. Nela havia as seguintes palavras:
Eu não sou mais eleitor / Só porque não me convém
Não dou voto por favor / Nem por dinheiro também
Que todo governador / Tanta promessa eles têm
Quando de posto é senhor / Não conhece mais
ninguém.
Por aqui tem um rosto lindo / Desejo amar, mas tenho
Ocultamente é meu melindro / Em regozijo de segredo
Faço pouca declaração / Por ser causa de finanças
Enfeitiçado por sua feição / Não posso perder a
esperança
E não dou demonstração/Pra não haver desconfiança
Este mundo é um planeta / Que a natureza governa
Eu vejo tantas belezas / Na entrada da primavera
Dominado pelas estrelas / Tudo é criação da terra.
No tocante ao trabalho, eles também criavam toadas que expressavam o tamanho esforço físico, o cansaço, e a luta cotidiana. Em exemplo a isso, Manezinho criou Despedida de Serrador, que demonstra também a insatisfação social:
Serra sobe, serra desce / Trinta golpe por minuto
Logo o suor aparece / Não posso parar enxuto
Com isso os braços amolece / Devido ao serviço bruto
O patrão é que enriquece / Eu é que tanto labuto.

